9


                        Everton olha para o céu, vê as nuvens e o sol e sente que aquele dia seria diferente.

                       Já havia passado 3 meses desde o rompimento do seu namoro com Lucia. Seu coração ainda sofria, mas não tanto quanto no inicio, e nesse dia em especial, resolvera caminhar pelas ruas como tinha feito no dia que encontrara Lucia na praça com o rapaz.
                        Sua vida escolar voltara ao normal, seu amigo Ricardo voltara ao convívio com o amigo, sua amizade estava voltando a maneira que era antes, quando os dois não tinham segredos e estavam sempre juntos, uma amizade verdadeira passa por tempestades mas nunca acaba.
                        Ele então começa sua caminhada sem rumo traçado, deixando o pensamento voar, deixa a brisa passar por ele e levar toda sua dor, todo o resto de dor que ainda restava. Parecia estar funcionando, pois estava sentindo-se melhor. Chega até a praça onde tantas vezes estivera com Lucia, mas nenhuma dor mais restava em seu coração ao ver os lugares que tantas vezes estivera com ela.
                        Passou pela praça sem parar, e assim continuou a caminhar. Quando viu estava em frente a livraria que ele tanto gostava de visitar. Ali dentro mais uma vez esquece o tempo, olhando as prateleiras com seus livros novos.  Ao ver uma edição de bolso do Robson Crusoé, senta no lugar reservado para aqueles que gostavam de ficar lendo. Ele perde-se na leitura e nem vê a hora passar, coloca o livro novamente na prateleira correspondente e após despedir-se de seus amigos ali, volta para a rua.
                        Sem saber porque vai até a lanchonete onde tantas vezes estivera com os amigos, ali encontra seus amigos ali reunidos e todos o chamam para junto deles. Após apertar a mão,  fica rindo das piadas e também das situações engraçadas vividas por eles: um oferecera seu lugar no ônibus para uma mulher achando que ela estava grávida, mas ela respondera não era gravidez ,era gordura. Outro ao ir entrar em um prédio todo envidraçado, pensara que a porta era automática e dera com o rosto no vidro.
                        Olhando para seu relógio, vê que precisa ir para casa, despede-se de todos e dirige-se para a porta. Ali espera uma garota entrar, segura a porta para ela, um rápido aceno com a cabeça, ela agradecendo ele dizendo de nada, e vai embora. Se ele tivesse olhado para trás teria visto que a garota tinha ficada parada olhando para ele até ele não poder mais ser visto.